O FIQ 2018 foi o primeiro evento do qual participei depois de voltar ao Brasil. Foi lá onde lancei a versão em português da LIGET. A Editora Incompleta ainda engatinhava, com talvez apenas duas Puñados e a LIGET 1 lançadas até então. Cheguei sem conhecer quase ninguém direito. Acabei não indo em quase nenhuma festa nem nada do tipo, inclusive.
Mas também foi lá onde conheci algumas pessoas que viriam a se tornar amigos e parceiros de longa data. E onde comecei a conhecer melhor a Aline, com quem já havia encontrado, mas não conversado muito. Fiz algumas vendas, troquei muita ideia com pessoas que vinham à minha mesa. Saí de lá bastante satisfeito.
O FIQ 2022 foi o primeiro evento do qual participei “depois da pandemia” (aspas pelo motivo óbvio). Acho que foi o caso pra muita gente. Não pude deixar de pensar no quanto as coisas mudaram nesses quatro curtos, longos anos. Eu não faço mais parte da Incompleta, que agora tem um catálogo extenso e maravilhoso. Tenho agora este Selo Harvi, focando nas HQs, muito graças a tudo que aprendi com a Laura na Incompleta. Não tinha apenas a LIGET 01, que já está na sua terceira impressão, mas também outras quatro, além de coisas de outros autores na mesa, e de um sonho antigo, a revista Harvi. Essa, foi bastante bem recebida por todos ali, de uma forma que eu não esperava. Vendemos tudo que tínhamos, não só na nossa mesa mas também nas de todos os artistas envolvidos, e ouvimos muitos elogios. Foi um pouco inesperado até, mas muito emocionante.
Mas, mais que isso, o melhor do FIQ foi estar no meio dessa gente toda. Reencontrar pessoas que eu havia conhecido há quatro anos, e que agora são grandes amigos. Conhecer gente nova que parecem ser velhos amigos. Descobrir que pessoas que eu admiro leem a LIGET (e gostam!). Reencontrar gente que tinha comprado a primeira edição em 2018 e agora queria as outras. Falar sobre quadrinhos com gente que ama (e às vezes odeia) isso tanto quanto eu. E, me colocando de fora um pouco, observar outros grupos tendo esses reencontros, também.
Durante os piores períodos da pandemia, eu passei por fases em que me sentia completamente desmotivado, e cheguei muitas vezes a pensar em parar de produzir. Acho que com a maioria de nós foi assim. O FIQ pode não ter solucionado todos os problemas dos quadrinhos, claro, mas observei que foi importante para reacender essa vontade coletiva. Não sei o que virá pela frente, mas quero continuar fazendo e lançando quadrinhos até não poder mais.
PS: Praticamente não tirei fotos, não sei se perdi a prática ou se estava tanto na correria que não deu tempo. Mas as imagens estão gravadas direitinho na memória. Essa aí de cima foi roubada do Omelete, tirada por Pedro do Fora do Plástico. Espero que não se importem.
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